segunda-feira, 11 de março de 2013

QUEBRA DE PRÉ-CONCEITOS




}AULA 1
LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO - Quebra de Pré-conceitos.



Profª Danielle Spada } Quebra de Pré-Conceitos 



Quebra de Pré-Conceitos

·         Reconhecimento da Criatividade como característica de todo ser humano.

·         Desmistificação da criatividade e inovação;


·         Desdobramento dos signos, significantes e significados

·         Abertura da biblioteca de arquivos mentais para desestruturação, exclusão e organização mental.

AULA 1

 É comum ouvirmos as pessoas dizerem que não têm criatividade. Isso não é verdade. Apenas em algumas pessoas ela está mais aflorada do que em outras. Todos nós nascemos com criatividade, a diferença é o que fazemos com ela.
Para entender melhor esse processo, precisamos voltar à infância, e estudar como o desenvolvimento da criatividade ocorre nas crianças. O processo se manifesta claramente nos desenhos infantis, primeiro registro con­creto da expressão pessoal. Os desenhos infantis con­têm uma originalidade e um frescor de concepção que é a própria essência da infância.

Podemos ver um exemplo clássico  no livro “O Pequeno Príncipe”
...
I

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho.
Dizia o livro: "As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão." 

Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:


Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Respondera-me: "Por que é que um chapéu faria medo?"
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia  a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.


As crianças menores, principalmente, expressam suas idéias, pensamentos e emoções com uma espontaneidade invejada por muitos artistas. O desenho das crianças é feito de maneira mais inconsciente, sem a preocupação do que os observa­dores irão pensar. A criança desenha por puro prazer. Até certa idade, ela não é limitada pelas barreiras exteriores que nos são impostas, as cobranças da família ou da so­ciedade. O que vale é a pura expressão pessoal. Daí os desenhos serem mais criativos. O que torna a arte expres­siva é a manifestação do “eu”, e suas reações subjetivas ao meio. (O Desenvolvimento da Criatividade e da Percepção Visual
Fernanda de Morais Machado)

De acordo com os autores Lowenfeld e Brittain, no livro “O Desenvolvimento da Capacidade Criadora” o desenho infantil passa por algumas fases de desenvolvimento.

“(...) entre os doze e o quatorze anos, alguns jovens já têm o sentimento de serem adultos, mas seus desenhos são apreciados como algo infantil. Isso lhes causa um grande choque.” Assim, a criança se torna muito crítica em relação aos seus trabalhos, devido à pressão que ela sente para que ele se conforme aos padrões adultos de comportamento. Isso pode sufocar seus impulsos criadores. A ânsia e crescer gera certa vergonha na criança em relação aos seus desenhos. A cri­ança não quer ser vista como criança, e sim como adulto, merecedor de respeito perante a sociedade. Assim, a cri­ança sente-se envergonhada de seus desenhos ainda infantis, e acaba por reprimi-los, e reprime sua vontade de desenhar e de se expressar livremente.

Está aí nosso primeiro bloqueio mental para a expressão criativa: os conceitos estabelecidos.
O primeiro conceito estabelecido erroneamente é que a criatividade não é faculdade de todos e sim de pessoas seletas... As potencialidades e os processos criativos não se restringem, porém, à arte. Em nossa época, as artes são vistas como área privilegiada do fazer humano, onde ao indivíduo parece facultada uma liberdade de ação em amplitude emocional e intelectual inexistente nos outros campos de atividade humana. Não nos parece correta essa visão de criatividade. O criar sópode ser visto num sentido global, como um agir integrado em um viver humano. De fato,criar e viver se interligam. (Fayga Ostrower Rio de Janeiro, setembro de 1976.)

Partindo dessa premissa que todo ser humano é criativo podemos conceituar criatividade.

CRIATIVIDADE


“A descoberta consiste em olhar para a mesma coisa como todo mundo e pensar algo diferente.” Albert Szent Gyorgi

Numa perspectiva bastante abrangente, a criatividade pode ser definida como o processo mental de geração de novas idéias por indivíduos ou grupos. Uma nova idéia pode ser um novo produto, uma nova peça de arte, um novo método ou a solução de um problema. Esta definição tem uma implicação importante, pois, como processo, a criatividade pode ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Ela tira da criatividade aquela áurea de um evento mágico, místico e transcendental; um beijo de Deus na sua testa.
Ser criativo é ter a habilidade de gerar idéias originais e úteis e solucionar os problemas do dia-a-dia. É olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar algo diferente. O balão de ar quente foi inventado pelos irmãos Joseph e Etienne Montgolfier em 1783. A ideia teria ocorrido a Joseph ao ver a camisola de sua mulher levitar, depois que ela a colocara perto do forno para secar. Daí teria vindo a ideia de construir um grande invólucro em forma de pera  de papel e seda, com uma abertura na base para ser inflado com a fumaça de palha queimada. Milhões de pessoas já tinham visto este fenômeno, mas somente os irmãos Montgolfier tiraram proveito prático desta observação. Eles viram muito mais do que uma camisola flutuando – isto é criatividade.
Portanto a criatividade é inerente a todo ser humano.
No livro Breakpoint and Beyond: Mastering the Future Today (1992), George Land e sua colega Beth Jarman concluíram que aprendemos a ser não-criativos. O declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido sucesso em inibir o pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é que as pesquisas e a prática mostram que este processo pode ser revertido; podemos recuperar boa parte de nossas habilidades criativas. Melhor ainda, nós podemos impedir este processo de robotização. Ufa!

Para pessoas que exercitam a criatividade sempre existe outra maneira de se fazer as mesmas coisas. Essa pessoa não se dá por satisfeita enquanto não encontra uma maneira nova. Não se acomoda, não é monótona, nem rotineira. O bloqueio da nossa criatividade pode vir de vários fatores externos como internos. Bloqueios mentais são obstáculos que nos impedem de perceber corretamente o problema ou conceber uma solução. Pela ação destes bloqueios nós nos sentimos incapazes de pensar algo diferente, mesmo quando nossas respostas usuais não funcionam mais. Alguns bloqueios são criados por nós mesmos: temores, percepções, preconceitos, experiências, emoções, etc. Outros são criados pelo ambiente: tradição, valores, regras, falta de apoio, conformismo, entre outros. Os bloqueios mentais podem ser classificados em cinco categorias:

Bloqueios culturais: 

Barreiras que impomos a nós mesmos, geradas por pressões da sociedade, cultura ou grupo a que pertencemos. Eles nos levam à rejeição do modo de pensar de pessoas ou grupos diferentes. Alguns destes bloqueios:

§  Nós não pensamos ou agimos deste jeito aqui.
§  Nosso jeito é o certo.
§  Respeitamos nossas tradições.
§  Não se mexe em time que está ganhando.

Bloqueios ambientais e organizacionais:

Resultantes das condições e do ambiente de trabalho (físico e cultural):
§  Distrações no ambiente de trabalho, reais ou imaginárias (interrupções, ruídos, telefone, e-mail).
§  Ambiente de trabalho opressivo, inseguro, desagradável.
§  Atitudes inibidoras à expressão de sentimentos, emoções, humor e fantasia.
§  Autoritarismo, estilos gerenciais inibidores.
§  Falta de apoio, cooperação e confiança.
§  Rotina estressante e inibidora.

Bloqueios intelectuais e de comunicação:

Inabilidade para formular e expressar com clareza problemas e idéias. Podem resultar de vários fatores:
§  Falta de informação e pouco conhecimento sobre o problema ou situação analisada.
§  Informação incorreta ou incompleta.
§  Fixação profissional ou funcional, isto é, procurar soluções unicamente dentro dos limites de sua especialização ou campo de atividade.
§  Crença de que para todo problema só há uma única solução válida.
§  Uso inadequado ou inflexível de métodos para solução de problemas.
§  Inabilidade para formular e expressar com clareza problemas e idéias.

Bloqueios emocionais:

Resultantes do desconforto em explorar e manipular idéias. Eles nos impedem de comunicar nossas idéias a outras pessoas. Alguns exemplos:
§  Medo de correr riscos; desde criança somos ensinados a ser cautelosos e não falhar nunca.
§  Receio de parecer tolo ou ridículo.
§  Dificuldade em isolar o problema.
§  Desconforto com incertezas e ambigüidades.
§  Negativismo: procura prematura de razões para o fracasso, por que não vai dar certo.
§  Inabilidade para distinguir entre realidade e fantasia.

Bloqueios de percepção:

Obstáculos que nos impedem de perceber claramente o problema ou a informação necessária para resolvê-lo. Inabilidade para ver o problema sob diversos pontos de vista. Exemplos:
§  Estereótipos: ignorar que um objeto pode ter outras aplicações além de sua função usual. Gutenberg adaptou a prensa de uvas para imprimir livros; Santos Dumont usou a corda de piano para substituir as pesadas e grossas cordas usadas nos balões.
§  Fronteiras imaginárias: projetamos fronteiras no problema ou na solução que não existem na realidade.
§  Sobrecarga de informação: excesso de informações e de detalhes que restringem a solução que pode ser considerada.
Os bloqueios são paredes invisíveis que nos impedem de sair dos estreitos limites do cubículo que construímos ao longo dos anos. Os tijolos desta parede são feitos de nossos medos, frustrações, ansiedades e imposições da sociedade, família, colegas e superiores. Quando se sentir paralisado e incapaz de pensar diferente, relaxe e procure enxergar estes tijolos. A consciência dos bloqueios mentais já é meio caminho andado no desenvolvimento de suas habilidades criativas.

INOVAÇÃO


Inovação e criatividade são a mesma coisa? A resposta é não. Criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas e valiosas. Inovação é a implementação de um novo ou significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo de trabalho, ou prática de relacionamento entre pessoas, grupos ou organizações. Os conceitos de produto, processo e prática são totalmente genéricos, se aplicando a todos os campos da atividade humana, como indústria, comércio, governo, medicina, engenharia, artes, entretenimento, etc. O termo implementação implica em ação: só há inovação quando a nova idéia é julgada valiosa e colocada em prática. Os irmãos Montgolfier transformaram a observação de uma camisola flutuando num balão – isto é inovação.
Nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo mas, com muita freqüência, é o resultado da combinação original de coisas já existentes. A invenção do radar é uma combinação de elementos conhecidos: ondas de rádio, amplificadores e osciloscópios. Algumas importantes inovações consistem de novos usos para objetos e tecnologias existentes. Um bom exemplo é o uso da Internet pelos bancos, permitindo aos clientes o acesso direto aos serviços bancários. Outro exemplo: o uso do telefone celular para monitoramento de portadores de doenças cardíacas.

Como se dá então o processo criativo?


Algumas pessoas vêem a criatividade como uma atividade relativamente não estruturada de pular em torno de ideias até se deparar com a ideia certa. Embora isto funcione para algumas pessoas, muitas situações da vida real requerem uma abordagem mais estruturada. A liberdade para experimentar é essencial para a criatividade, como também alguma disciplina para assegurar objetividade e consistência.

Então devemos salientar que as IDEIAS não pertencem a ninguém, são patrimônio da humanidade como a criatividade. Se tiver uma ideia criativa e não colocar em um processo de inovação, não verá fruto do seu processo.
Para ser criativo basta ter uma necessidade e atender a essa necessidade é inovar.



Destaque : Trecho do filme Robots - http://www.youtube.com/watch?v=IpCmOe5RpwQ

Para ser inovador é preciso ter conhecimento, disciplina, educação.Conhecimento para transformar a ideia em algo tangível. Acreditar na ideia, defendê-la e assumir a responsabilidade e riscos sobre ela.

Processo Criativo


Seja qual for o nível de estruturação adotado, o processo criativo se fundamenta em três princípios: Atenção, Fuga e Movimento


O primeiro princípio nos diz: concentre-se na situação ou problema; o segundo: escape do pensamento convencional; o terceiro: dê vazão à sua imaginação. Estas três ações mentais formam uma estrutura integrada em que se baseiam todos os métodos de pensamento criativo. As diferenças entre os diversos métodos encontrados na literatura especializada estão na ênfase dada a cada um destes princípios e nas ferramentas usadas. As definições destes três princípios são parcialmente inspiradas no trabalho de Paul E. Plsek (Creativity, Innovation and Quality, ASQ Quality Press).


ATENÇÃO


A criatividade requer que primeiro concentremos nosso foco em algo, um problema ou uma oportunidade. Ao nos concentrarmos, preparamos nossa mente para romper com a realidade existente e se abrir para a percepção de possibilidades e conexões que normalmente não enxergamos.
Se estivermos explorando oportunidades, voltamos nossa atenção para o que não funciona ou pode ser aperfeiçoado:
§  o que é difícil e complicado e pode se tornar fácil e simples;
§  o que é lento e pode se tornar rápido, ou vice-versa;
§  o que é pesado e pode se tornar leve e portátil;
§  o que é instável e pode se tornar estável e confiável;
§  o que está separado e pode ser combinado e unificado, ou vice-versa;
§  muitas outras possibilidades em que usualmente não prestamos atenção.
Até 1980, a indústria de computadores dirigia sua atenção para a máquina, como torná-la mais potente. Apple e Windows focaram sua atenção no usuário, em como tornar o computador mais acessível e mais amigável, revolucionando toda a indústria de informática.
Se estivermos analisando um problema, concentramos nossa atenção para compreender melhor a situação, suas diferenças e similaridades com outras situações conhecidas, as peculiaridades do problema analisado e suas possíveis causas. Tentamos entender a situação, procurando respostas para as seguintes questões: O que está acontecendo? Onde? Como? Quando? Por quê? Quem está envolvido?
Tanto no caso de exploração de oportunidades, quanto no caso de solução de problemas, devemos ficar atentos aos paradigmas, aos sentimentos e às suposições que podem estar atuando sobre nossa percepção e entendimento da situação.

A verdadeira viagem do descobrimento não consiste na procura de novas paisagens, mas em ter novos olhos.
(James L. Adams).


FUGA


Tendo concentrado noss­a atenção na maneira como as coisas são feitas atualmente, o segundo princípio do processo criativo nos chama a escapar mentalmente dos nossos atuais modelos de pensamento. É a hora de refletir sobre os nossos bloqueios mentais e derrubar as paredes que limitam nossa imaginação ao que sempre fizemos ao que é confortável e seguro.
A verdade é que os hábitos, mais do que nossas habilidades, predominam na escolha de nossos caminhos. Tendemos a trilhar sempre o mesmo vale, que se torna cada vez mais profundo e mais difícil de escapar.

Você não pode resolver um problema com a mesma atitude mental que o criou. (Albert Einstein).

MOVIMENTO


Simplesmente prestar atenção e escapar do modelo de pensamento atual não é sempre suficiente para gerar idéias criativas. Movimento, o terceiro princípio nos leva a continuar a exploração e combinação de novas idéias. É o momento de dar asas à imaginação e gerar novas alternativas, sem perder de vista os propósitos do processo criativo. É o momento de fazer conexões insólitas, de ver analogias e relações entre idéias e objetos que não eram anteriormente relacionados.
O conhecimento destes três princípios abre o caminho para o entendimento dos diversos métodos e técnicas de criatividade encontradas nos livros. As técnicas existentes têm a finalidade de nos auxiliar em pelo menos um dos três princípios. Diferentes métodos resultam da diferentes combinações destas técnicas. Dominando os três princípios, Atenção, Fuga e Movimento, você pode criar o seu próprio método, selecionando, combinando, ou mesmo criando as técnicas e ferramentas que mais se adaptam à sua personalidade e preferências. Você também pode adequar métodos e técnicas ao problema específico que você está enfrentando.Os quadros abaixo resumem os três princípios e apresenta um “checklist” do que você deve considerar na montagem de suas técnicas de criatividade.
Temos que levar em consideração termos que permeiam nosso imaginário, nosso banco de dados cerebral, para que não sejamos levados por imposições mentais simbólicas no processo de criatividade e inovação. São eles: Os signos significantes e significados.

signos significantes e significados.


Signo
(latim signum, -i, sinal, marca)
Sinal ou símbolo de algo.
significante 

(latim significans, -antis, expressivo, claro, representativo)
Que significa.
significado 

(latim significatus, -us, indício, sinal, sentido)
 Significação; sentido; acepção.

No processo criativo isso se dá de forma mais específica. Signo é o ícone, significado é o que esse ícone representa geralmente (o conceito cabível no signo) e significante é o conceito que esse signo tem para nós (individualmente).
Barthes (1985), em Elementos de semiologia , define que “o signo é, pois, composto de um significante e um significado. O plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o plano de conteúdo” (Barthes, 1985: 43).
A ideia de conceito simbólico é defendida por Eco ( apud Valente, 1997: 14), da seguinte maneira: “Propomos, destarte, definir como signo tudo aquilo quanto, à base de uma convenção social previamente aceita, possa ser entendido como algo que está no lugar de outra coisa”.
Vamos pensar em um signo...
Quando vemos esse signo rapidamente associamos a PAZ  (significado) e depois o que representa pra mim enquanto sujeito (significante)
Muitos signos, significantes e significados nos empurram para um pensar coletivo automatizado. Não questionamos, apenas reconhecemos. O que torna o processo criativo mais difícil.
Algumas atitudes mentais essenciais para o pensamento criativo se tornam indispensáveis mediante a tudo que falamos.

1. Curiosidade


Criatividade requer uma disposição permanente para investigar, procurar entender e obter novas informações sobre as coisas que nos cercam.

Para se tornar uma pessoa mais criativa você deve aprender a perguntar “por quê?” e “e se…?” e incorporar estas perguntas ao seu modo de vida. Infelizmente, com a maturidade perdemos aquela atitude inquisitiva da infância, quando não dávamos trégua aos nossos pais, querendo saber o porquê sobre tudo. Faz-se necessário estimular a volta desta curiosidade natural, anulada pela escola, pela família e pelas empresas.

2. Confrontando desafios


As pessoas criativas não fogem dos desafios mas os enfrentam perguntando “como eu posso superar isto?”. Elas têm uma atitude positiva e vêem em cada problema uma oportunidade de exercitar a criatividade e conceber algo novo e valioso.

3. Descontentamento construtivo


As pessoas criativas têm uma percepção aguda do que está errado no ambiente em volta delas. Contudo, elas têm uma atitude positiva a respeito desta percepção e não se deixam abater pelas coisas erradas. Ao contrário, elas transformam este descontentamento em motivação para fazer algo construtivo. Santos Dumont era um entusiasta dos balões mas não estava satisfeito com suas limitações e não descansou até inventar uma aeronave dirigível.

4. Mente aberta


Criatividade requer uma mente receptiva e disposta a examinar novas idéias e fatos. As pessoas criativas têm consciência e procuram se livrar dos preconceitos, suposições e outros bloqueios mentais que podem limitar o raciocínio. Quem vê um celular apenas como um telefone, jamais pensaria em agregar ao aparelho outras utilidades como fotografia, GPS, e-mail e MP3.

5. Flexibilidade


As pessoas muito criativas são hábeis em adotar diferentes abordagens na solução de um problema. Elas sabem combinar idéias, estabelecer conexões inusitadas e gerar muitas soluções potenciais. Elas adoram olhar as coisas sob diferentes perspectivas e gerar muitas idéias.

6. Suspensão do julgamento


Imaginar e criticar ao mesmo tempo, é como dirigir com o pé no freio. As pessoas criativas sabem que há um tempo para desenvolver idéias e outro para julgá-las. Elas têm consciência que toda idéia nasce frágil e precisa de tempo para maturar e revelar seu valor e utilidade antes de ser submetida ao julgamento.

7. Síntese


Olhe as árvores, sem perder a visão da floresta. A capacidade de se concentrar nos detalhes sem perder de vista o todo é uma habilidade fundamental das pessoas criativas. A visão do todo lhe dá os caminhos para estabelecer conexões entre informações e idéias aparentemente desconexas.

8. Otimismo


Henry Ford resumiu bem as conseqüências de nossas atitudes: Seja acreditando que você pode, seja que não pode, você estará provavelmente certo. Pessoas que acreditam que um problema pode ser resolvido acabam por encontrar uma solução. Para elas nenhum desafio é tão grande que não possa ser enfrentado e nenhum problema tão difícil que não possa ser solucionado.

9. Perseverança


As pessoas muito criativas não desistem facilmente de seus objetivos e persistem na busca de soluções, mesmo quando o caminho se mostra longo e os obstáculos parecem intransponíveis. Com muita freqüência, a procura de uma solução criativa requer determinação e paciência. Ouçamos o Professor Sir Harold Kroto, prêmio Nobel de Química: Nove entre dez de meus experimentos falham, e isto é considerado um resultado muito bom entre os cientistas.

10. Eterno aprendiz


Freqüentemente, a solução criativa nasce de combinações inusitadas, estabelecendo analogias e conexões entre idéias e objetos que não pareciam ter qualquer relação entre si. A matéria prima para estas analogias e conexões são os fatos observados e os conhecimentos e experiências anteriores que a pessoa traz consigo. É através de seu patrimônio cultural que cada pessoa pode dar seu toque de originalidade. Este patrimônio cultural nasce e se alimenta de uma atitude de insaciável curiosidade e de prazer em aprender coisas novas.
Quais destas atitudes mentais caracterizam sua maneira de lidar com seus desafios? Quais são seus pontos fortes? Quais atitudes você precisa desenvolver para fortalecer sua criatividade? Focalize naquelas que você considera essenciais para o aprimoramento de sua criatividade e prepare um plano de ação. Mas tenha sempre em mente que atitudes não são mudadas de um dia para outro. Isto requer disciplina, paciência e perseverança. Pode ser difícil, mas o prêmio é alto.

Para saber mais visite o site: http://criatividadeaplicada.com/


BIBLIOGRAFIA
·         WIND, YORAM. A força dos modelos mentais – transforme o negócio da sua vida e vida do seu negócio. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2005.
·         OSTROWER, FAYGA. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Ed. Vozes, 1990.
·         Saint-Exupéry, Antoine de. O pequeno príncipe. Rio de janeiro: Ed. Agir, 1989.
·         Robôs. Animação computadorizada de última geração. História de Rodney, um aspirante a inventor...

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