"A 'fórmula' fundamental da teoria da Gestalt poderia ser expressa da seguinte maneira: existem totalidades, cujo comportamento não é determinado, mas nos quais os processos pelos seus elementos individuais parciais são eles mesmos determinados pela natureza intrínseca do todo" (Max Wertheimer).
A TEORIA
A Teoria da Gestalt afirma que não se pode ter conhecimento
do todo através das partes, e sim das partes através do todo; que os conjuntos
possuem leis próprias e estas regem seus elementos (e não o contrário, como se
pensava antes); e que só através da percepção da totalidade é que o cérebro
pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito.
Entre os princípios da Gestalt, destaca-se:
Entre os princípios da Gestalt, destaca-se:
O todo é mais do que a soma das partes.
Isto equivale a dizer que "A + B" não é
simplesmente "(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C" que
possui características próprias.
Leis gestaltistas da organização
A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu
certas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão
das imagens e ideias. Essas leis são nada menos que conclusões sobre o
comportamento natural do cérebro, quando age no processo de percepção.
Acontece através da decomposição e imediata recomposição das
partes em relação ao todo. Vemos o mundo deste jeito e é onde se ressalta a
concepção estruturalista desta escola: o problema para o gestaltista não é como
o dado é solucionado, mas como é estruturado. O todo e a parte estão fusionados
e desta relação constituímos a estrutura da composição. Do todo, uma parte
emerge e vira figura, ficando o restante indiferenciado ou num fundo. Quando o
fundo passa a ser visto como figura e a figura como fundo constitui-se uma
relação madura entre figura x fundo. A experiência passada da percepção de um
objeto ou forma tem menor influência na visão de um objeto que se está vendo
aqui e agora. A percepção do objeto novo remontado pelas partes fica em segundo
plano. A experiência da percepção aqui e agora, a novidade precisa amadurecer
perceptualmente dando chances para o que já tinha sido percebido anteriormente, prevalecer.
Nas imagens abaixo percebemos primeiramente a caveira depois vemos as outras imagens que são novas e o mais incrível, as caveiras não existem. Nós as percebemos devido as experiências passadas.
Campo, Estrutura e Forma são conceitos básicos desta teoria. Existem tendências ou princípios que organizam e interferem em nossa percepção. Essas tendências ou princípios, dependendo de sua intensidade podem produzir efeitos diferentes, devemos sempre lembrar que, para a Escola da Forma, o todo não é apenas a soma das partes, sua essência depende da configuração das partes.
Princípios:
SEMELHANÇA
Ou “similaridade”, possivelmente a lei mais óbvia, que
define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode acontecer
na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas
características podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar
elementos na composição de uma figura. Por outro lado, o mau uso da
similaridade pode dificultar a percepção visual como, por exemplo, o uso de
texturas semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro plano.
PROXIMIDADE
Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que
se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de
outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se
estiverem distante de seus similares.
BOA CONTINUIDADE
Está relacionada
à coincidência de direções, ou alinhamento, das formas dispostas. Se vários
elementos apontam para o mesmo canto, por exemplo, o resultado final “fluirá”
mais naturalmente. Isso logicamente facilita a compreensão. Os elementos
harmônicos produzem um conjunto harmônico. O conceito de boa continuidade está
ligado ao alinhamento, pois dois elementos alinhados passam a impressão de
estarem relacionados.
PREGNÂNCIA
A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a
mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter
mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um círculo, e
um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da
simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é
assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a
mais regular, que requer menos simplificação.
CLAUSURA
Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa,
se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura
relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto
incompleto. Ocorre geralmente quando o desenho do elemento sugere alguma
extensão lógica, como um arco de quase 360º sugere um círculo.
EXPERIÊNCIA PASSADA
Esta última se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico,
que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A
associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser
compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua
existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão
metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao
visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na
memória.
Para que os princípios da Gestalt se inter-relacionem é
preciso equilíbrio, clareza e harmonia. Sendo assim, o processo de criação de
imagens, seja pela arte, ou pelo design, deve se basear nestes fatores interligados. O equilíbrio depende de dois fatores: Peso visual e direção.
Peso Visual é o poder de atração visual que os diversos elementos plásticos
podem apresentar dentro de uma superfície plástica e a direção refere-se aos
caminhos visuais que nosso olho irá seguir.
1. Localização - O peso visual de qualquer
elemento colocado no centro fica anulado, pois ali já está equilibrado.
2. Tamanho - Sendo iguais os outros
fatores o elemento de maior tamanho terá mais peso visual.
3. Forma - Formas mais regulares, mais
simples e mais simétricas (pregnantes) são mais facilmente percebidas,
apresentando portanto, mais peso visual.
4. Cor - Cores claras tem maior poder de
atração, portanto, maior peso visual. O
mesmo acontece com as cores quentes em relação às frias.
5. Distanciamento - A profundidade
espacial, com espaços vazios ao seu redor, tem maior poder de atração visual,
ganhando destaque dentro da composição.
6. Isolamento - O elemento isolado com
espaços vazios ao seu redor, tem maior poder de atração visual, ganhando
destaque dentro da composição.
7. Interesse intrínseco - O interesse
particular que possamos ter pelas coisas faz com que elas apresentem maior peso
visual. O exotismo, a singularidade, ou até mesmo a repulsa podem causar o
mesmo efeito.
8. Direção - Elementos colocados nas
posições vertical ou horizontal são mais facilmente percebidos que em outras
posições, com isso ganham mais peso visual.
Características da direção:
1.
Eixo das
formas - Em toda forma que apresente algum tipo de simetria, o seu eixo
será percebido como uma linha, definindo então o sentido e a direção. Formas
que se aproximam do formato de cunha são forte indutores de direção.
2.
Linhas
- As linhas apresentam um movimento visual nítido ao longo do seu traçado.
Mesmo quando seu formato apresenta variações de forma elas podem definir uma
direção geral.
3.
Tema -
Os Temas carregam em si, símbolos e significados e por esse motivo adquirem
maior peso visual.
4.
Ligações
por proximidade e/ou semelhança - O nosso olhar, naturalmente estabelece
relações – criando unidade- entre elementos que estão próximos ou que se
assemelham em alguma característica. Criam-se assim, direção que vão de um
elemento a outro.
5.
Gradações
- Qualquer gradiente sugere movimento visual. Nosso olho sempre é atraído pelas
mudanças graduais, sempre do maior, do mais claro, da cor mais intensa, etc.,
dirigindo-se em seguida para os menores.
ALGUMAS ANÁLISES INTERESSANTES:
Spherikal
é uma pequena animação feita pelo artista Ion Lucin para experimentar e
explorar todas as possibilidades gráficas que
representam a ideia da esfera, sempre buscando a Gestalt e diferentes
formas.Foi tudo feito em 3D e Ion buscou o foco no gráfico minimalista,
achatando as superfícies e usando apenas duas cores. O que foi mais
difícil para Ion foi alcançar as transições entre os
diferentes tipos de representação da esfera, as transformações e
metamorfoses.
Os softwares utilizados foram: Cinema 4d R13, tudo com o módulo Mograph.
O After Effects foi utilizado para a composição e publicação. Música:
Brand X Music
SPHERIKAL - Assista clicando aqui.