Memória:
O Que é e Como Melhorá-la
Por Dra. Silvia
Helena Cardoso
Copyright ©Silvia Helena Cardoso
Atenção: É expressamente proibido a cópia deste texto e imagens sem a
autorização prévia do autor
O que nos faz lembrar de
uma detalhada história ocorrida no passado? Como deixamos fluir naturalmente as
frases complicadas de longas canções? Por que nunca nos esquecemos de como se
dirige um automóvel?
Nestes exemplos, a memória
surge como um processo de retenção de informações no qual nossas experiências
são arquivadas e recuperadas quando as chamamos. É uma função cerebral superior
relacionada ao processo de retenção de informações obtidas em experiências
vividas.
O termo memória tem
sua origem etmológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou
readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente
reportando-se às lembranças, reminiscências.
A memória é uma faculdade
cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a
aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de
representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da
experiência. Assim, a memória
envolve um
complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências,
portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de
mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas
na memória; em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos
conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos.
Esta intrigante faculdade
mental forma a base de nosso conhecimento, estando envolvida com nossa
orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e mecânicas.
Assim, aprendizagem e
memória são o suporte para todo o nosso conhecimento, habilidades e
planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos situarmos no presente e
prevermos o futuro.
Tipos e Características da Memória
Pense na diferença entre
memorizar a data de aniversário de alguns amigos versus aprender a andar de
bicicleta.
As
diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas sempre pelo
mesmo mecanismo neural.
Existem diferentes
categorias de memórias, entre elas estão:
A memória
ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos.
A memória
de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou horas e serve para proporcionar a
continuidade do nosso sentido do presente
A memória de
longo prazo (ou de longa duração), que estabelece engramas (ou traços duradouros (dura dias,
semanas ou mesmo anos).
Você acaba de ouvir o
telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é incapaz de se lembrar de
parte ou de todos aqueles números. Por que ?
Esta
memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um
tempo muito curto no cérebro, da ordem de milisegundos a poucos minutos. É a
memória de curta duração.
Para que ela se torne
permanente, ela requer atenção, repetições e idéias associativas. Mas, através
de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se lembrar subtamente de um fato
esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido.
Neste
caso, a informação foi armazenada na memória de longa duração que é mais permanente e
tem uma capacidade muito mais ampla.
Para uma
boa explicação sobre como é formada a memória de longa duração, veja o artigo
do Prof. Izquierdo Os Labirintos da Memória.
O processo de armazenar
novas informações na memória de longa duração é chamado de consolidação.
A
memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se
formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que a memória para
aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática.
Uma elaboração do conceito
da memória de curta duração que tem sido feita nos últimos anos é a memória operacional (veja abaixo), um termo
mais genérico para o armazenamento da informação temporária.
Muitos
especialistas consideram memória de curta duração e memória operacional como a mesma coisa.
Entretanto,
uma característica chave que distingue uma da outra é, não somente o seu
aspecto operacional, como também as múltiplas regiões no cérebro onde o
armazenamento temporário ocorre.
Isto implica
que nós podemos não ser conscientes de todas as informações armazenadas ao
mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do cérebro. Tomemos o
exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa que requer diversos
tipos de informações processados simultaneamente, tais como a informação
sensorial, cognitiva e motora.
Parece
improvável que estes vários tipos de informação sejam armazenados em um único
sistema de memória de curta duração.
Nossa habilidade de
lembrar eventos não se reflete na operação de um único sistema de memória, mas
em uma combinação de no mínimo duas estratégias usadas pelo cérebro para
adquirir informação. Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou
memória declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o
hipocampo e o lobo temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual
não requer participação consciente, utilizando estruturas não corticais.
Vejamos o significado de cada uma delas.
Memória
operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da
evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos
temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e
a resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser
esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva
durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou
processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por exemplo, o local onde
estacionamos o automóvel, uma informação que será necessária até o momento de
chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela atividade
elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao
cortex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do cortex
entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.
Memória
declarativa (ou explícita) é a memória para fatos e eventos, por exemplo,
lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc. Reúne
tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa).
Subcaracterizada em
- episódica- quando envolve eventos datados,
isto é relacionados ao tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo,
quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro.
- semântica- Abrange a memória do significado das palavras (do latin "significado").É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que a capital da Itália é Roma.
Memória
não-declarativa (ou implícita) - Se difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser
verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por
exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e
da gravata, etc. Pode ser de quatro subtipos.
- memória adquirida e
evocada por meio de "dicas" (Priming) (ou memória de
representação perceptual) -
que corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele
significa. Um objeto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória
implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se
que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos
de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou
sons).
- memória de
procedimentos -
refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos os movimentos necessários
para dar um nó em uma garvata, nadar, dirigir um carro, sem que seja
preciso descrevê-lo verbalmente.
- memória associativa
- memória
não-associativa
- Estas duas
últimas estão estretitamente relacionadas a algum tipo de resposta ou
comportamento. Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando
começamos a salivar pelo simples fato de olhar para um alimento apetitoso,
por termos, em algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro
à alimentação. Por outro lado, usamos a memória não associativa quando,
sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo,
o latido de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e
ignorá-lo.
Adaptado de 1
O hipocampo e o cortex
temporal (veja abaixo) parecem estar envolvidos na formação da memória
declarativa, mas não na memória de procedimentos. Enquanto que certos núcleos
do cerebelo e medula espinhal parecem ser necessários para a formação de
memórias de procedimento, mas não intervêm na memória declarativa. Devido a
esta organização anatômica, assume-se que a memória declarativa é controlada
por mecanismos cerebrais superiores, enquanto que a memória de procedimentos
parece depender de sistemas e regiões inferiores.
Os Mecanismos Cerebrais da Memória
A
memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um
fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais
que funcionam juntos.
O lobo temporal é uma região no cérebro
que apresenta um significativo envolvimento com a memória. Ele está localizado
abaixo do osso temporal (acima das orelhas), assim chamado porque os cabelos
nesta região frequentemente são os primeiros a ser tornarem brancos com o
tempo.
Existem consideráveis
evidências apontando esta região como sendo particularmente importante para
armazenar eventos passados.
O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região
potencialmente envolvida com a memória a longo prazo.
Nesta região também existe
um grupo de estruturas interconectadas entre si que parece exercer a função da
memória para fatos e eventos (memória declarativa), entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais
circundando-o e as vias que conectam estas estruturas com outras partes do
cérebro.
O hipocampo ajuda a selecionar onde
os aspectos importantes para fatos e eventos serão armazenados e está envolvido
também com o reconhecimento de novidades e com as relações espaciais, tais como
o reconhecimento de uma rota rodoviária.
A amígdala, por sua vez, é uma
espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se comunica com com o tálamo e com todos os sistemas
sensoriais do córtex, através de suas extensas conexões. Os estímulos
sensoriais vindos do meio externo como som, cheiro, sabor, visualização e
sensação de objetos, são traduzidos em sinais elétricos, e ativam um circuito
na amígdala que está relacionado à memória, o qual depende de conexões entre a
amígdala e o tálamo.
Conexões
entre amígdala
e hipotálamo, onde as respostas emocionais provavelmente se originam, permitem
que as emoções influenciem a aprendizagem, porque elas ativam outras conexões
da amígdala para as vias sensoriais, por exemplo, o sistema visual.
O Córtex pré-frontal exibe também um papel
importante na resolução de problemas e planejamento do comportamento. Uma razão
para se acreditar que o córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é
que ele está interconectado com o lobo temporal e o tálamo.
O Crescimento do Cérebro
O processo de memorização
é complexo envolvendo sofisticadas reações químicas e circuitos interligados de
neurônios.
As células nervosas ou neurônios, quando são
ativadas liberam hormônios ou neurotransmissores que atingem outras células
nervosas através de ligações denominadas sinapses.
Os fatos
antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar em nosso banco de dados e daí
sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que têm pouco tempo
para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada por razões
relacionadas a variações de estado emocional ou a problemas de ordem física.
Você
sabia que toda vez que você aprende alguma coisa ou adquire alguma experiência,
as células do seu cérebro sofrem uma alteração e essa alteração refletirá em
seu comportamento?
Por exemplo, se você já
passou por uma rua à noite e percebeu que ali haviam pessoas com aparência
estranha e perigosa, você evitará passar por aquela rua novamente.
Ou, se uma
criança levou um choque ao colocar o dedinho dentro de uma tomada elétrica, ela
nunca mais emitirá aquele comportamento.
Nestes
exemplos, o comportamento foi modificado em decorrência de uma
experiência.Cadacélula cerebral(ou neurônio)contribui para o comportamento e para a atividade mental,
conduzindo ou deixando de conduzir impulsos.
Todos os
processos da memória são explicados em termos dessas descargas.
Neurônio
Fig.1. A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5). |
Neurônios recebem sinais nervosos de
axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos
(1). Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular
(2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de informações
genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do neurônio. O
cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados.
Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos
tipos das células gliais,
exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos
membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina (7), uma
substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais
rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos
pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o neurônio
se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o
neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio
pós-sináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio
podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios.
|
As
alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são chamadas de plasticidade.
Elas se
referem a uma alteração na eficiência das sinapses e podem aumentar a
transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o comportamento.
A
experiência pode se dar por uma aprendizagem ativa ou pela convivência em
lugares enriquecidos com indivíduos, cores, música, sons, livros, cheiros, etc.
Em laboratórios
científicos também foi possível demonstrar que ratinhos apresentam um número
muito maior de células cerebrais interconectadas umas com as outras quando eles
vivem em conjunto em uma gaiola cheia de brinquedos como rodinhas, bolas, etc.,
do que os ratos que vivem em uma gaiola sozinhos e sem nada para fazer ou
aprender.
Alguns dos maiores
estudiosos do fenômeno da aprendizagem e memória na década de 40, Donald Hebb,
de Montreal , e Jersy Konorski, da Polônia, foram os primeiros a acreditar que
a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos circuitos nervosos.
Circuitos nervosos são conjuntos de neurônios
que se comunicam entre si através de junções denominadas de sinapses.
Retirado de Racicocínio Lógico Matemático, 2002. Tese de doutorado de Waldemar de Maio |
Quando uma célula é
ativada, é desencadeada a liberação de substâncias químicas nas sinapses,
chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas. Pesquisas encontraram que neurônios
"exercitados" possuem um número maior de ramificações (dendritos) se comunicando com
dendritos de outros neurônios.
Assim,
para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas formem
novas interconecções e novas moléculas de proteína.
Perda da
Memória
A perda de memória pode
estar associada a determinadas doenças neurológicas, a distúrbios psicológicos,
a problemas metabólicos e também a certas intoxicações.
A forma
mais freqüente de perda de memória é conhecida popularmente como
"esclerose" ou demência.
A demência
mais comum é a doença de Alzheimer que se caracteriza por acentuada perda de
memória acompanhada de graves manifestações psicológicas como por exemplo a
alienação.
Estados psicológicos
alterados como o estresse, a ansiedade e a depressão podem também alterar a
memória.
A falta de vitamina B1 (tiamina)
e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes e com freqüência
estão associados a problemas de marcha e de confusão mental.
Doenças da tireóide, como
o hipotireoidismo, se acompanham de comprometimento da memória.
O uso de medicação
tranqüilizante ("calmantes") por tempo prolongado provoca a
diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a uma situação
que pode se confundir com a demência.
A vida sedentária com
excesso de preocupações e insatisfações, bem como uma dieta deficiente,
favorece a perda de memória.
Contrariamente ao
esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de nossas vidas, existem
algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria perda de memória e
também interferem com a capacidade de aprender.
A esta
inabilidade dá-se o nome de Amnésia.
Fatores que podem causar perda total ou parcial da memória:
Alcoolismo crônico
Drogas e Medicamentos
Tumor cerebral
Encefalite
Concussão
A Concussão ou traumatismo do cérebro
pode causar perda da memória manifestada de diferentes formas:
- Amnésia retrógrada:
Os eventos
ocorridos antes do trauma (no momento ou meses e anos antes) não serão lembrados, mas a
pessoa se lembra de coisas após o trauma.
- Amnésia anterógrada:
Os eventos
ocorridos após o trauma não serão lembrados. Em casos mais severos, a pessoa pode ser
incapaz de aprender qualquer coisa nova, como é o caso de um paciente que todas
as vezes que encontrava o seu médico o cumprimentava como se fosse a primeira
vez que o visse.
- Amnésia transitória
global:
É uma
forma de amnésia que dura um curto período de tempo e envolve a amnésia
anterógrada acompanhada pela retrógrada.
Este tipo
de amnésia é causado por isquemia cerebral (redução temporária do suprimento
sanguíneo).
De acordo
com Bear e cols., 1996 , embora raros, existem registros deste tipo de amnésia
causado por:
- Stress
- Acidente de carro
- Jogo de futebol
- Drogas
- Banho frio
- Sexo
Alcoolismo crônico
Alcool. O alcoolismo é um dos mais sérios
candidatos a afetar a memória. O alcool afeta especialmente a memória a curta
duração, o que prejudica a habilidade de reter novas informações. Estudos
mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades de bebida alcoólica
durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar.
Drogas e Medicamentos
Medicação.Algumas drogas podem
causar perda da memória: tranquilizantes, relaxantes musculares, pilulas para
dormir, e drogas anti-ansiedade, particularmente os benzodiazepínicos que
incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas drogas cardíacas, tais como o
propanolol, que é usada para contralar a pressão alta (hipertensão) pode causar
problemas de memória e depressão.
Fumo. Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade
de oxigênio que chega ao cérebro e este fato muitas vezes afeta a memória.
Estudos mostraram que fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia
tiveram dificuldades em lembrar de faces e nomes de pessoas em teste de memória
visual e verbal, quando comparados com indivíduos não fumantes (Turkington,
1996).
Cafeína. Café e chá têm um efeito muito positivo para
manter a atenção e acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas
bebidas pode interferir com a função da memória.
Tumor cerebral
O Tumor cerebral pode evoluir com
problemas de memória além de outros sintomas próprios.
Encefalite
Nas Encefalitese no acidente vascular
cerebral também podem ocorrer problemas em diversas fases da memória.
Como Melhorar a Sua Memória
Existem
muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória, entre as quais o
uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a nutrição e os
medicamentos.Estimular a memória. Utilize ao máximo a sua
capacidade mental. Desafie o novo. Aprenda novas habilidades. Se você trabalha
em um escritório, aprenda a dançar. Se for um dançarino, aprenda a lidar com
computador; se trabalhar com vendas, aprenda a jogar xadrez; se for um
programador, aprenda a pintar.
Isto
poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem.
Prestar atenção. Não tente guardar todos
os fatos que acontecem, mas focalize sua atenção e se concentre naquilo que
você achar mais importante, procurando afastar de si todos os demais
pensamentos.
Exercício:
pegue um objeto qualquer, por exemplo, uma caneta e se concentre nela. Pense
sobre suas diversas características: seu material, sua função, sua cor, sua
anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento ocupe a sua mente
enquanto voce estiver concentrado na caneta.
Relaxar. É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso.
Exercício:
prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.
Associar fatos a imagens. Aprenda técnicas
mneumônicas.Elas são uma forma muito eficiente de memorizar grande quantidade
de informação.
Visualizar imagens. Veja as figuras com os
"olhos da mente".
Exercício:
- Feche os olhos e imagine um bife
frito, grande e suculento.
- Sinta o o aroma e a maciez da
carne.
- Imagine-se cortando a carne com
uma faca e um garfo e soboreando-a.
Se
a sua boca se encheu de água enquanto você visualizou esta cena, então você fez
um bom trabalho!
Faça
exercícios com outros objetos como: um prato de sopa, uma taça de sorvete, uma
torta de chocolate, em uma sala de dentista, em uma sala de exame, etc.
Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o
funcionamento apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São
encontradas no pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam
que vitaminas sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que
estudos não comprovaram que estes nutrientes funcionam.
Água.A água ajuda a manter bem funcionante os
sistemas da memória, especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a
Dra.Turkington, a falta de água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre
a memória; a desidratação pode levar a confusão e outros problemas do
pensamento.
Sono. Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita
sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se
desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória.
A insônia
leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e
armazenar informações.
Dicas tais como : tomar notas, organizar-se, usar
um diário, manter-se em forma, check up regular da saúde, etc
Como Melhorar Sua Memória
A contínua atividade
intelectual como a leitura, exercícios de memória, palavras cruzadas e jogo de
xadrez auxiliam a manutenção da memória.
O estilo
de vida ativo com atividade física feita com regularidade e uma dieta saudável
são básicas para a manutenção da memória.
A diminuição da memória
que ocorre na 3a. Idade, na maioria das vezes é absolutamente benigna, mas
freqüentemente, por falta de melhor informação, angustia o idoso que tem
dificuldade de aceitá-la como um fato normal.
A perfeita
compreensão do fato inexorável e a utilização de uma agenda para as anotações
dos fatos recentes, ajudam a conviver satisfatoriamente com o problema.
Uma excelente oportunidade
para o resgate e desenvolvimento de potencialidades presentes durante toda a
vida, é a participação em grupos educativos e terapêuticos.
Exercícios cerebrais
feitos de maneira rotineira apresentam efeitos muito positivos sobre a memória.
Semelhante
ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se manter a forma
física, a atividade cerebral também deve ser realizada com freqüência, sempre
procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar, tato, visão e
audição, bem como nossa memória e inteligência.
Esse tipo de exercício
pode ser denominado "Fitness" Cerebral, que é a capacidade de se
manter um estado adequado, em forma.
O declínio de nossas
funções mentais que ocorre com a idade, se deve em grande parte à falta de
atividade mental que com freqüência segue paralelamente ao envelhecimento.
Vários
trabalhos científicos realizados em diversos países demonstram claramente que o
declínio mental que ocorre com a idade pode ser evitado.
O conceito de que a função
faz o órgão aplica-se tanto ao "fitness" muscular quanto ao
"fitness" cerebral.
Devemos identificar nossas
diversas habilidades mentais e exercitá-las sempre com regularidade.
Devemos estimular nossas
percepções, nossa memória (recente e antiga), noções espaciais, habilidades
lógicas e verbais, etc.
Os exercícios cerebrais
nada mais são do que estímulos às funções cerebrais que podem estar decadentes
devido à idade e que já foram ativas no passado.
A ativação
deve ser feita diariamente, durante as atividades normais, como o caminhar,
durante as refeições ou mesmo durante as compras.
Todo dia procure observar
um objeto ou pessoa e desenhe suas principais características.
No fim de
semana procure recordar as figuras.
É um tipo
de exercício de memória.
Procure identificar
ingredientes dos alimentos pelo gosto e pelo cheiro.
Faça isto
diariamente e depois procure recordar dos mesmos.
Memorize os preços das
coisas sempre que possível e procure recordá-las mais tarde.
Procure identificar as
pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo.
Memorize
números de telefones.
Memorize
no fim do dia as pessoas com quem falou.
Depois,
procure lembrar-se do mesmo para toda semana.
Utilize
sempre de anotações para consultas posteriores.
Inúmeras outras situações
podem ser criadas a partir dessas idéias ( vide também Informe do dia 20-10-2000 - Memória ).
DICAS PARA MELHORAR A
MEMÓRIA
Estimular a memória:
Atividade diária:
Praticar
jogos de xadrez, palavras cruzadas, exercícios simples como recordar fatos do
dia-a-dia (o que comeu no almoço, o que leu no jornal do dia, o que ocorreu no
último capítulo da novela, etc.)
Aprender novas
habilidades: computador, pintura, música, etc.
Cultivar a atenção:
Ater-se
aos fatos mais importantes dos que ocorreram durante o dia e procurar
guarda-los; exercitar-se com objetos simples mantendo a concentração.
(pegue um
relógio, por exemplo, e procure concentrar-se no mesmo, observando suas
características, etc); exercitar-se com um texto e procurar refletir somente
sobre o mesmo (um poema, um salmo, etc).
Exercícios mnemônicos:
Associar
fatos a imagens e procurar guardá-los na memória. Imaginar um alimento
suculento e imaginar todas as suas características a ponto de sentir prazer.
Alimentação:
A boa
alimentação é fundamental para a conservação da memória. Deve-se evitar
excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é a bem balanceada entre
proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A tiamina,
o ácido fólico e a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos
neurotransmissores envolvidos no processo da memória, devendo ser utilizados de
preferência produtos naturais .
A água é
muito importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.
Psiquismo:
Estar
relaxado e emocionalmente bem, é fundamental para manter uma boa atenção de
conservar a memória. A tensão e a ansiedade prejudicam a memória. A depressão
dificulta muito o processo de memorização.
Atividade física:
Os
exercícios feitos regularmente trazem benefícios importantes para o processo de
memorização. Uma simples caminhada diária é o suficiente.
Sono:
O repouso
cerebral é muito importante para se ter uma boa memória. Quem sofre de insônia
tem sua memória prejudicada.
LEMBRE-SE:
Não
existem medicamentos específicos para o tratamento da perda da memória.
A Gingko Biloba é a droga hoje em dia
mais utilizada numa tentativa de diminuir a perda da memória ou mesmo regredir
um quadro já instalado.
Ela é
extraída de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos Estados Unidos,
sendo muito popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado oficialmente.
É
conhecida há centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, atuando em
problemas cardiovasculares, neurológicos e metabólicos.
É uma
substância que atua na circulação cerebral, sendo muito utilizada na velhice,
com a finalidade de melhorar problemas de memória, dificuldades de concentração
e confusão mental.
Tem sido
utilizada nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, no combate aos problemas
cognitivos próprios da doença, melhorando o comportamento.
Infelizmente
esses resultados são muito discutidos e controversos.
Não se
sabe bem como age, mas parece ativar a circulação cerebral melhorando o
aproveitamento do oxigênio pelas células nervosas.
Então, para conservar ou
melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ - LA !
Bibliografia
1. Bear, M.F.; Connors, Barry W. e Paradiso, Michael -
Neuroscience: Exploring the Brain. Em: Memory Systems, pp514 a 545. Editora
Williams & Wilkins, 1996.
2. Bear, F.M.; Connors, B.W and Paradiso, M.A. -
Structure of the Nervous System. In: Neuroscience. Exploring the Brain - F.M.
Bear.; B.W Connors, and M.A. Paradiso (eds.) - Williams & Wilkins
pp.152-185, 1996
3. Turkington, C. - Improve your memory through your
lifestyle. Em: C. Turkington (ed.). 12 Steps to a Better Memory.Editora
Macmillan. 12:129-140, 1996.
Para
Saber Mais
Em Português
Os labirintos da Memória - Ivan Izquierdo -
Ciência Hoje
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