MODELO DE PÁGINA PARA ENTREGA DO TRABALHO
Utilize apenas quadrados (inteiros ou pela metade) para montar sua padronagem.
A página em A3 deverá conter uma peça modelo 10 x 10 cm. e 25 peças de 5 x 5 cm para compor sua padronagem.
Bom trabalho!
sexta-feira, 23 de março de 2012
LAB. DE CRIAÇÃO - AULA 02 - MAPAS MENTAIS
O Mapa Mental surgiu a partir de observações de seu criador Tony Buzan sobre
os comportamentos de alunos ou colegas de estudo que obtinham bons resultados
utilizando estratégias de trabalho e de anotação diferenciadas. Constatou ainda
que obtinham um bom desempenho sem despender muito tempo de preparo e, ao
analisar cuidadosamente como faziam isso, notou que se utilizavam muito de
desenhos, cores, ilustrações, símbolos e setas, além de marcarem as palavras
chaves dos textos de estudo com canetas coloridas.
Em resumo o que faziam era sinalizar de forma bastante atrativa e destacada
os pontos importantes de um texto de estudo, exatamente como vemos em um mapa de
uma cidade elaborado para os turistas, onde todos os pontos de visitação estão
destacados e ordenados para que se organizem e se localizem durante sua visita.
Revelando como a cidade funciona no todo e como os pontos podem ser interligados
entre si.
Porque o Mapa Mental funciona? Você já deve ter visto, ou mesmo elaborado,
resumos em forma de esquema, pois então, o Mapa Mental tem o mesmo princípio,
sendo diferente no formato (teia ou radial divergente) e usando poucas palavras,
mas, com muitas imagens e cores, promove a integração de operação dos dois
hemisférios cerebrais.
Enfim o Mapa Mental é uma ferramenta poderosa de anotação de informações de
forma não linear, ou seja, elaborado em forma de teia, onde a idéia principal é
colocada no centro de uma folha de papel branco (sem pautas), usada na
horizontal para proporcionar maior visibilidade, sendo que as idéias são
descritas apenas com palavras chaves e ilustradas com imagens, ícones e com
muitas cores. Uma outra analogia muito interessante para compreendermos o Mapa
Mental é o crescimento estruturado de uma árvore e seus galhos. Do centro
divergem troncos principais abrindo cada tópico do assunto principal, e de cada
um deles, saem galhos menores com os detalhes explicativos.
Assim desenhado, um Mapa Mental está organizando e hierarquizando os tópicos
de um assunto, ao mesmo tempo em que sintetiza, fornecendo a visão global,
mostra os detalhes e as interligações do assunto e, por fim, com a utilização
das figuras e cores, promove a memorização das informações ao estimular ambos
hemisférios cerebrais.
A seguir um vídeo sobre como fazer mapas mentais.
http://www.baixaki.com.br/download/freemind.htm
LAB. DE CRIAÇÃO - AULA 02 - CRIATIVIDADE X CRIAÇÃO
CRIATIVIDADE X CRIAÇÃO
Mola mestra da inovação, a
criatividade vem sendo cada vez mais requerida pelas organizações como uma
competência profissional. Nesse sentido, o que é valorizado não é apenas a
"iluminação" obtida com uma nova ideia, mas também a capacidade de materializar
e implementar tal ideia.
Essa
ideia que nasce de dentro para fora como necessidade do sujeito consideremos criação, uma compreensão da criatividade não centrada no
valor do produto, mas no próprio processo de produção de novidade, processo que
caracteriza as formas mais complexas do funcionamento da subjetividade humana
(MARTINEZ, 2009, pág.11) já a necessidade do mercado chamaremos de criatividade.
Segundo
Lipovetsky estamos vivendo em um mundo onde a liberdade não é novidade e o
hiperindividualismo opera em toda parte. Cada vez mais o homem é senhor de sua
própria existência. Uma hipermodernidade
onde impera o efêmero, porém com uma preocupação relevante: subjetivação. Ele
coloca a preocupação do sujeito com a ‘personalização da vida’, em seus
exemplos na moda e no design de interiores ele ressalta a preocupação com
personalização, com a marca identitária. Deixar tanto a roupa, quanto um
apartamento com ‘a sua cara’, hoje isso é ‘estar na moda’.
"O design apresenta-se como um meio
de exercitar as conexões entre as capacidades do homem permitindo a ligação
entre a ideia imaginada (por vezes abstrata) em algo concreto, disponível a
todos." MEYER, G.C.(2002).
O designer sempre está atento ao meio
que está inserido. Ele busca entender as necessidades desse mundo para que
possa promover uma alteração no que já conhecemos em busca de algo novo que
sacie essas tais necessidades; especialmente nestes tempos pós-modernos ou
hipermodernos, como defende Lipovetsky. Como diz Paola
Antonelli, curadora de arquitetura e design do MOMA (Museu de Arte Moderna de
Nova York): “O design dá ao mundo algo que ele
não sabia que sentia falta”.
Exercitar a
criatividade é, na grande maioria das vezes, a busca por quebrar paradigmas. No
entanto, sempre que quebramos um paradigma temos que reformar parte de nossa
estrutura. A experiência pode ser
excitante, mas não é exatamente confortável, principalmente se a modificação
solicitada vier de uma parte que desconhecemos.
Já vimos na Aula
01 os bloqueios e os limites nos atrapalham na criação (geração de ideias pelo
desejo) e refletem na criatividade em relação ao processo criativo que
resultará em uma inovação (produto).
LIMITES À CRIAÇÃO
Os limites são impostos primeiramente pelos nossos pais, depois a escola ajuda muito nesse processo, veja o vídeo abaixo:
A sociedade continua a nos colocar na caixa.... mas podemos romper com os conceitos estabelecidos e refletir sobre novos conceitos e só então decidir o que fica e o que sai em nosso processo. O copo que já está cheio não cabe mais nada... precisamos esvaziar o copo para enchê-lo com o que desejamos...
domingo, 18 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
Metodologia Visual - Aula 01
Fundamentos da Linguagem Visual
Elementos básicos da comunicação visual
LINGUAGEM VISUAL
Sempre que projetamos, traçamos ou esboçamos algo,
o conteúdo visual desta comunicação é composta por uma série de Elementos
Visuais. Esses elementos constituem a substância básica daquilo que vemos. São
muitos os pontos de vista a partir dos quais podemos analisar qualquer
manifestação visual, mas um dos mais reveladores é decompô-la nos elementos que
a constituem de forma que melhor possamos compreender o todo.
A linguagem visual constitui a base da criação do
design. Há princípios, fundamentos ou conceitos, com relação à organização
visual, que podem resolver situações problemáticas na realização de um projeto.
O designer pode trabalhar sem esse conhecimento consciente, usando seu gosto
pessoal e sensibilidade estética que são muito importantes, porém, uma
compreensão dos fundamentos ampliará sua capacidade de organização, facilitando
enormemente seu processo de criação.
Se quiséssemos refletir sobre o número de vocábulos
suficientes para se formar uma Linguagem Visual poderíamos ter como resposta
que os principais são basicamente: o ponto; a linha; o plano; o volume e a cor.
Com tão poucos elementos básicos, e que nem sempre se apresentam em conjunto,
forma-se toda a expressão visual na arte e no design na sua mais imensa variedade
de técnicas e estilos.
Se compararmos a Linguagem Visual com a Linguagem
Escrita, representada por letras e palavras, quantas necessitamos para
contextualizar o entendimento de um simples parágrafo? Cabe lembrar que palavras e elementos visuais
não são comparáveis em termos de igualdade. As palavras têm significado
preestabelecido e os elementos visuais não têm. Eles não representam absolutamente
nada se não estiverem inseridos em um contexto formal. E justamente por não determinarem
nada isoladamente é que podem determinar tanto em conjunto.
Para melhor compreensão da Linguagem Visual é
importante ressaltar alguns elementos que formarão a base do entendimento
futuros. Esses elementos estão muito relacionados entre si. Vistos
individualmente parecem abstratos, mas juntos, determinam a aparência e a
qualidade do design de uma página. Podemos definí-los como:
ELEMENTOS CONCEITUAIS
Um elemento conceitual, não é visível (o próprio
nome já o define como conceito). Ele não existe na realidade, mas parece estar
presente. Por exemplo: Sentimos a existência de um ponto no ângulo de um
formato, sentimos que há uma linha marcando o contorno de um objeto ou que há planos
envolvendo um volume. Esses pontos, linhas e planos não estão lá, pois se
estivessem, deixariam de ser conceituais.
ELEMENTOS VISUAIS
Os elementos visuais são sempre visíveis. Quando
desenhamos um objeto numa superfície, usamos uma linha que é visível para
representar uma linha que é conceitual. Suas características (comprimento,
largura, textura ou cor) dependem do material utilizado ou da maneira de como o
representamos. Os elementos visuais formam a parte mais proeminente da
representação gráfica, pois são aquilo que podemos ver de fato.
ELEMENTOS RELACIONAIS
Os elementos relacionais são exatamente os que
governam a localização e inter-relação das formas em uma composição. Alguns
parecem ser percebidos, como: direção e posição, e outros apenas são para serem
sentidos, como: espaço e profundidade.
O PONTO – O início de tudo...
O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima. Quando vistos, os pontos se ligam, sendo, portanto, capazes de dirigir o olhar. Em grande número e justapostos, os pontos criam a ilusão de tom ou de cor...
Para que possamos observar o simbolismo de uma
estrutura gráfica é necessário começar pelo elemento mais simples que compõe a
matéria, o PONTO.
Qualquer ponto possui um grande poder de atração
visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem
em resposta a um objetivo qualquer. Como Elemento Conceitual, um ponto indica posição.
Não tem comprimento nem largura. Pode representar o início e o fim de uma linha
e está onde duas linhas se cruzam. Ele é um “ser vivo”. Como Elemento Visual, o ponto possui características, são elas: Tamanho - devendo ser
comparativamente pequeno,
Formato - devendo ser razoavelmente simples.
Sua aplicação em uma representação visual pode
também ser classificada em:
Adensamento (a concentração de pontos para
representar um determinado efeito)
Rarefação (o espaçamento entre eles,
causando efeito contrário)
Quando um conjunto de pontos é organizado de forma sequencial,
esses pontos se ligam, sendo, portanto, capazes de dirigir o olhar. Em grande
número e justapostos, os pontos criam a ilusão de tom. A capacidade única que
uma série de pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade dos pontos.
A LINHA
Quando em uma seqüência de pontos, eles estão muito próximos entre si de maneira que se
torna impossível identifica-los como Unidade de Forma, isto é, individualmente, aumenta a sensação
de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo, a linha.
A linha tem, por sua própria natureza, uma enorme energia. Nunca é estática; é o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço. A linha tem personalidade, tem expressão.
Como elemento conceitual, poderíamos definir a linha como um ponto em movimento, ou como a memória do deslocamento de um ponto, isto é, sua trajetória.Como elemento visual, não só tem comprimento como largura. Sua cor e textura são determinadas pelos elementos que são utilizados para representá-la e pela maneira como é criada.
A linha tem, por sua própria natureza, uma enorme energia. Nunca é estática. É o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço. Onde quer que seja utilizada, é o instrumento fundamental da pré-visualização, o meio de apresentar, de forma palpável, aquilo que ainda não existe, a não ser na imaginação. Dessa maneira contribui enormemente para o processo visual.
Podemos conectar a linha horizontal a sensação de tranquilidade e de calma como a posição tomada pelos mortos, com a visão marítima a distância, como os extensos campos verdes.
A linha vertical, ligada a espiritualidade, superioridade, pode ser a sugestão causada por caminhos
dirigidos ao céu, às torres das igrejas...
As curvas do "S", de todos os feitios, são chamados de linha da beleza, pelo encanto que transmitem em suas sinuosidades. Ligam-se, por certo,à saúde e ao movimento gentil das mulheres formosas.
A linha convexa implica em tristeza; no sentido inverso, côncavo, denota alegria.
Aimpressão de agitação enérgica, causada pelas linhas oblíquas em posição violenta, o zigue-zague, cumpre esse papel.
As paralelas são frágeis e, talvez, por isso mesmo tão insistentemente empregadas na arquitetura, compensando o peso das grandes massas de concreto.
O mais simples traço revela um caráter.Será sólido, duro ou macio, áspero ou suave, firme ou displicente, concentrado ou expansivo, contribuindo inclusive, por suas características, para indicar a personalidade.
Um ponto pode ser posto para andar por uma força, e aí teremos a LINHA RETA. Ou se este
mesmo ponto se movimenta por duas forças teremos a LINHA CURVA.
Quando duas forças exercem pressão simultânea sobre um ponto, sendo uma delas contínua e predominante, surge a LINHA CURVA.
As linhas curvas dominam o território dos sentimentos, da suavidade, da flexibilidade e do feminino.
O redondo, o curvilíneo, o ondulante, encontram-se em oposição ao caráter racionalizante da linha reta e angulosa, que focaliza a vontade e o controle.
Quanto maior é essa pressão lateral e contínua exercida sobre a linha, esta se desvia cada vez mais até fechar-se em si mesma, formando um círculo.
Essa pressão lateral contínua faz com que ela não quebre, se transformando em ARCO. ão há ângulo, surgindo assim, uma forma suave e madura, que possui em si uma
autoconsciência por voltar-se para si mesma. Para a linha reta, impulsiva, não há começo nem fim, é um caminho eterno, em uma única
direção e sem retorno. Para a linha curva, flexível, há a possibilidade de encontrar-se com o seu
começo, gerando um círculo, que é a representação do todo.
A FORMA
A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o triângulo eqüilátero, o círculo e o quadrado.
AS PRINCIPAIS FORMAS BÁSICAS
As formas geométricas básicas, que podem gerar todas as outras mediante variações dos
seus componentes, são as três já conhecidas como a Trilogia do Design : o quadrado, o círculo e o
triângulo.
Cada uma dessas formas nasce de maneira diferente, tem medidas internas próprias e comporta-se de modos diversos ao ser explorada. As montagens com certo número de formas geram grupos de formas com novas características, ocasionam efeitos de: negativo / positivo; dupla imagem; imagens ambíguas; figuras impossíveis. E ainda, encontraremos fenômenos como: decomposição, recomposição; ritmos
visuais e, dentre tantas outras, formas que já possuem em si uma indicação de direção e de
movimento.
QUADRADO:Ao quadrado se associam enfado, honestidade, retidão e esmero.Forma racional, estática, sugere rigidez e segurança.Figura geométrica com quatro ângulos e quatro lados iguais e com a mesma longitude.
Direção vertical ,direção horizontal
Referência horizontal - vertical:
Constitui a referência primária do homem no que respeita ao seu bem estar.
Seu significado mais básico tem a ver não apenas com a relação entre 'o organismo humano e o meio ambiente, mas também com a estabilidade em todas as questões visuais.
CÍRCULO: Ao círculo se associam infinitude, calidez, proteção.
Forma emocional, movimentada, sugere conforto, e intensidade.
Figura curva contínua cujo perímetro é equidistante de todos os pontos ao centro.
Referência curva:
Constitui o significado associado à repetição e ao calor.
As forças direcionais curvas têm significados associados à abrangência, à repetição e à calidez.
Constitui o significado associado à repetição e ao calor.
As forças direcionais curvas têm significados associados à abrangência, à repetição e à calidez.
TRIÂNGULO:
Ao triângulo se associam, ação, conflito, tensão.
Forma estável, de base, sugere ascensão, leveza e misticismo.
Triuno.
Figura geométrica com três lados e três ângulos iguais.
A direção diagonal tem referência direta com a idéia de estabilidade. É a formulação oposta, a força direcional mais instável, e, conseqüentemente, mais provocadora das formulações visuais. Seu significado é ameaçador e quase literalmente perturbador.
UMA ANÁLISE SOBRE AS DUAS POLARIDADES: O QUADRADO E O CÍRCULO
O Quadrado
Do mesmo modo como o ângulo reto é o ângulo mais objetivo, o quadrado é também a forma geométrica mais simples e objetiva. Formado por duas linhas horizontais e duas verticais, que se encontram em quatro ângulos retos, o quadrado representa o símbolo da terra – do universo criado e da matéria. É a antítese do transcendente. Anti-dinâmico por excelência, já que seu formato o impede de movimentar-se com facilidade. É destinado a ser estável e limitado.
Associado ao número quatro, o quadrado também é o símbolo do mundo estabilizado. Daí sua identificação com o poder e o domínio, o controle e a força. Muitos espaços repousam sobre a forma quadrada: Templos, cidades, indústrias, presídios, campos militares etc. É a forma da inteligência, da razão e da capacidade de definir, dissecar, digitalizar. Representa ainda a fixação e a permanência.
É interessante notar que as notas de dinheiro são quadrangulares, bem com a maioria das portas e janelas, estando diretamente vinculados a idéia de força e de poder, divisão, fronteirização, controle e vontade racional.
O quadrado é a figura de base do espaço, e representa o tempo enquanto oposto à eternidade. Se o quadrado tem quatro lados, a terra tem quatro direções, o homem tem quatro membros, os instrumentos de orientação têm quatro pontos cardeais.
O Círculo
Assim como já vimos, no caso da linha curva, que é resultado de duas forças que exercem
pressão lateral e simultânea sobre o ponto, sendo uma delas contínua e preponderante. Quanto
maior for essa pressão lateral, a linha se arqueia cada vez mais até o ponto limite de fechar-se sobre
si mesma gerando o círculo. Quando isso ocorre, fim e começo se fundem, com toda sua
efemeridade e solidez. A imagem do Uno, do todo. A serpente que morde a própria cauda
simbolizando o ciclo da evolução. Movimento, continuidade, autofecundação, eterno retorno da
manifestação ao interior de sua origem. Autoconhecimento e meditação sobre si próprio, seus atos e
desejos.
É neste sentido que o traço curvo realiza-se em si mesmo. Enquanto a linha reta expressa
uma tendência desejada e consciente em direção a uma meta, o que a faz também, exacerbada,
sair de si.
Para Kandinsky
“assim se produz a estrela das linhas retas, organizadas em torno de um núcleo comum. Esta
estrada pode tornar-se cada vez mais densa de modo a que as interseções criem um centro mais
cerrado no qual um ponto possa se formar e desenvolver. Ele é o eixo em volta do qual as linhas
podem organizar-se e finalmente confundir-se – uma nova forma nasceu, uma superfície sob a forma
definida de círculo.” Ou seja, o círculo é resultante da densificação total do campo de rotação da estrela de linhas.
Como diz uma frase de Francis Picabia:
“Nossa cabeça é redonda para permitir aos pensamentos, mudar de direção”.
Seria cansativo levantar aqui a infinidade de estudos e citações sobre a presença do círculo nas diversas culturas, como os indígenas das Américas, os hebreus, os celtas, etc. Mas vale ressaltar ainda que na tradição islâmica a forma circular é considerada como a mais perfeita de todas. É por isso que seus poetas afirmam que:
“o círculo formado pela boca aberta é a mais bela das formas, por ser ela completamente redonda. É por ela que sai o verbo, indispensável ao homem para ser humano, já que é desprogramado e precisa se re-descobrir no ato de saber e fazer ser.”
Lab. de Criação - Aula 01
É comum
ouvirmos as pessoas dizerem que não têm criatividade. Isso não é verdade.
Apenas em algumas pessoas ela está mais aflorada do que em outras. Todos nós
nascemos com criatividade, a diferença é o que fazemos com ela.
Para
entender melhor esse processo, precisamos voltar à infância, e estudar como o
desenvolvimento da criatividade ocorre nas crianças. O processo se manifesta
claramente nos desenhos infantis, primeiro registro concreto da expressão
pessoal. Os desenhos infantis contêm uma originalidade e um frescor de
concepção que é a própria essência da infância.
Podemos ver
um exemplo clássico no livro “O Pequeno Príncipe”
...
I
I
Certa vez, quando tinha seis
anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma
imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis a
cópia do desenho.
Dizia o livro: "As jibóias
engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem
os seis meses da digestão."
Refleti muito então sobre as
aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu
desenho número 1 era assim:
Mostrei minha obra prima às
pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Respondera-me: "Por que é
que um chapéu faria medo?"
Meu desenho não representava um
chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o
interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas
têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:
As pessoas grandes
aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e
dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi
assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora
desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2.
As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as
crianças, estar toda hora explicando.
As crianças menores, principalmente,
expressam suas idéias, pensamentos e emoções com uma espontaneidade invejada
por muitos artistas. O desenho das crianças é feito de maneira mais
inconsciente, sem a preocupação do que os observadores irão pensar. A criança
desenha por puro prazer. Até certa idade, ela não é limitada pelas barreiras
exteriores que nos são impostas, as cobranças da família ou da sociedade. O
que vale é a pura expressão pessoal. Daí os desenhos serem mais criativos. O
que torna a arte expressiva é a manifestação do “eu”, e suas reações
subjetivas ao meio. (O Desenvolvimento da Criatividade e da Percepção Visual, Fernanda de Morais Machado)
De acordo com os autores Lowenfeld e Brittain,
no livro “O Desenvolvimento da Capacidade Criadora” o
desenho infantil passa por algumas fases de desenvolvimento.
(...) entre os doze e o quatorze anos,
alguns jovens já têm o sentimento de serem adultos, mas seus desenhos são
apreciados como algo infantil. Isso lhes causa um grande choque.” Assim, a
criança se torna muito crítica em relação aos seus trabalhos, devido à pressão
que ela sente para que ele se conforme aos padrões adultos de comportamento.
Isso pode sufocar seus impulsos criadores. A ânsia e crescer gera certa
vergonha na criança em relação aos seus desenhos. A criança não quer ser vista
como criança, e sim como adulto, merecedor de respeito perante a sociedade.
Assim, a criança sente-se envergonhada de seus desenhos ainda infantis, e
acaba por reprimi-los, e reprime sua vontade de desenhar e de se expressar
livremente.
Texto na íntegra: O Desenvolvimento da Criatividade e da Percepção Visual -
Fernanda de Morais Machado
Fernanda de Morais Machado
Está aí nosso primeiro bloqueio mental para a expressão criativa: os conceitos
estabelecidos.
O primeiro conceito estabelecido erroneamente é que a criatividade não
é faculdade de todos e sim de pessoas seletas... As potencialidades e os
processos criativos não se restringem, porém, à arte. Em nossa época, as artes
são vistas como área privilegiada do fazer humano, onde ao indivíduo parece facultada
uma liberdade de ação em amplitude emocional e intelectual inexistente nos
outros campos de atividade humana. Não nos parece correta essa visão de
criatividade. O criar sópode ser visto num sentido global, como um agir
integrado em um viver humano. De fato,criar e viver se interligam.
(Fayga Ostrower Rio de Janeiro, setembro de 1976.)
Partindo dessa premissa que todo ser humano é
criativo podemos conceituar criatividade.
CRIATIVIDADE
Numa
perspectiva bastante abrangente, a criatividade pode ser definida como o
processo mental de geração de novas idéias por indivíduos ou grupos. Uma nova
idéia pode ser um novo produto, uma nova peça de arte, um novo método ou a solução
de um problema. Esta definição tem uma implicação importante, pois, como
processo, a criatividade pode ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Ela tira da criatividade aquela áurea
de um evento mágico, místico e transcendental; um beijo de Deus na sua testa.
Ser
criativo é ter a habilidade de gerar idéias originais e úteis e solucionar os
problemas do dia-a-dia. É olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver
e pensar algo diferente. O balão de ar quente foi inventado pelos irmãos Joseph
e Etienne Montgolfier em 1783. A idéia teria ocorrido a Joseph ao ver a
camisola de sua mulher levitar, depois que ela a colocara perto do forno para
secar. Daí teria vindo a idéia de construir um grande invólucro em forma de
pêra, de papel e seda, com uma abertura na base para ser inflado com a fumaça
de palha queimada. Milhões de pessoas já tinham visto este fenômeno, mas
somente os irmãos Montgolfier tiraram proveito prático desta observação. Eles
viram muito mais do que uma camisola flutuando – isto é criatividade.
Portanto a criatividade é inerente a todo ser humano.
No livro Breakpoint and Beyond: Mastering the Future Today (1992), George
Land e sua colega Beth Jarman concluíram que aprendemos a ser não-criativos. O
declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais
criados ao longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido
sucesso em inibir o pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é
que as pesquisas e a prática mostram que este processo pode ser revertido;
podemos recuperar boa parte de nossas habilidades criativas. Melhor ainda, nós
podemos impedir este processo de robotização. Ufa!
Para pessoas que exercitam
a criatividade sempre existe outra maneira de se fazer as mesmas coisas. Essa
pessoa não se dá por satisfeita enquanto não encontra uma maneira nova. Não se
acomoda, não é monótona, nem rotineira. O bloqueio da nossa criatividade pode
vir de vários fatores externos como internos. Bloqueios mentais são obstáculos
que nos impedem de perceber corretamente o problema ou conceber uma solução.
Pela ação destes bloqueios nós nos sentimos incapazes de pensar algo diferente,
mesmo quando nossas respostas usuais não funcionam mais. Alguns bloqueios são
criados por nós mesmos: temores, percepções, preconceitos, experiências,
emoções, etc. Outros são criados pelo ambiente: tradição, valores, regras,
falta de apoio, conformismo, entre outros. Os bloqueios mentais podem ser
classificados em cinco categorias:
Bloqueios culturais:
Barreiras
que impomos a nós mesmos, geradas por pressões da sociedade, cultura ou grupo a
que pertencemos. Eles nos levam à rejeição do modo de pensar de pessoas ou
grupos diferentes. Alguns destes bloqueios:
§ Nós não pensamos ou agimos deste
jeito aqui.
§ Nosso jeito é o certo.
§ Respeitamos nossas tradições.
§ Não se mexe em time que está
ganhando.
Bloqueios ambientais e organizacionais:
Resultantes das condições e do ambiente de trabalho (físico e cultural):
§ Distrações no ambiente de
trabalho, reais ou imaginárias (interrupções, ruídos, telefone, e-mail).
§ Ambiente de trabalho opressivo,
inseguro, desagradável.
§ Atitudes inibidoras à expressão
de sentimentos, emoções, humor e fantasia.
§ Autoritarismo, estilos gerenciais
inibidores.
§ Falta de apoio, cooperação e
confiança.
§ Rotina estressante e inibidora.
Bloqueios intelectuais e de comunicação:
Inabilidade para formular e expressar com clareza problemas e ideias. Podem resultar de vários fatores:
§ Falta de informação e pouco
conhecimento sobre o problema ou situação analisada.
§ Informação incorreta ou
incompleta.
§ Fixação profissional ou
funcional, isto é, procurar soluções unicamente dentro dos limites de sua
especialização ou campo de atividade.
§ Crença de que para todo problema
só há uma única solução válida.
§ Uso inadequado ou inflexível de
métodos para solução de problemas.
§ Inabilidade para formular e
expressar com clareza problemas e ideias.
Bloqueios emocionais:
Resultantes do desconforto em explorar e manipular idéias. Eles nos impedem de comunicar nossas ideias a outras pessoas. Alguns exemplos:
§ Medo de correr riscos; desde
criança somos ensinados a ser cautelosos e não falhar nunca.
§ Receio de parecer tolo ou
ridículo.
§ Dificuldade em isolar o problema.
§ Desconforto com incertezas e ambiguidades.
§ Negativismo: procura prematura de
razões para o fracasso, por que não vai dar certo.
§ Inabilidade para distinguir entre
realidade e fantasia.
Bloqueios de percepção:
Obstáculos que nos impedem de perceber claramente o problema ou a informação necessária para resolvê-lo. Inabilidade para ver o problema sob diversos pontos de vista. Exemplos:
§ Estereótipos: ignorar que um
objeto pode ter outras aplicações além de sua função usual. Gutenberg adaptou a
prensa de uvas para imprimir livros; Santos Dumont usou a corda de piano para
substituir as pesadas e grossas cordas usadas nos balões.
§ Fronteiras imaginárias:
projetamos fronteiras no problema ou na solução que não existem na realidade.
§ Sobrecarga de informação: excesso
de informações e de detalhes que restringem a solução que pode ser considerada.
Os bloqueios são paredes invisíveis que nos
impedem de sair dos estreitos limites do cubículo que construímos ao longo dos
anos. Os tijolos desta parede são feitos de nossos medos, frustrações,
ansiedades e imposições da sociedade, família, colegas e superiores. Quando se
sentir paralisado e incapaz de pensar diferente, relaxe e procure enxergar
estes tijolos. A consciência dos bloqueios mentais já é meio caminho andado no
desenvolvimento de suas habilidades criativas.
Vídeos Interessantes relacionados aos assuntos discutidos em aula:
Desenha um carneiro pra mim....
Procure a necessidade e atenda!Desenha um carneiro pra mim....
Assinar:
Postagens (Atom)